sábado, 6 de abril de 2019


Quem fez a proeza?

“Mas o que é que as crianças estão a fazer outra vez?” suspirou a senhora Berner. Apanhou mais algumas cenouras na horta, e dirigiu-se para casa. Há menos de cinco minutos ela tinha posto a Karen e o Ted na cama, e agora via, de novo, a luz acesa no caramanchão. Quando é que eles iam obedecer e ficar sossegados?
“Sempre pensei que podia confiar neles.”
Murmurou para consigo. “Além disso, eles estavam tão cansados que pensei que eles adormecessem imediatamente.” Quando a senhora Berner chegou ao quarto dos filhos, não ouviu barulho nenhum. A Karen já estava a dormir e o Ted quase.
“Por que foi que acenderam a luz do pátio?” perguntou a mãe, um tanto ou quanto rispidamente. É que ela também estava cansada e além disso decepcionada com os filhos.
“Não, mãe,” respondeu o Ted  ”nós não acendemos a luz. Temos estado sempre no quarto.”
“Acenderam pois – há alguns minutos, quando eu vinha da horta. Diz a verdade, Ted! A luz não se acendia sozinha. Tu andaste fora da cama. É muito melhor confessares já”, disse a mãe, com ar repreensivo.
O Ted gostava muito da mãe. Por isso, o que ela acabava de dizer, entristeceu-o. Sentou-se na cama, pôs-lhe os braços à volta do pescoço, e explicou: “Pode ter a certeza, mamã, que nem eu nem a Karen estivemos lá fora.” Então, a senhora Berner pôs-se a reflectir gravemente.
Ela sabia que o interruptor do pátio estava muito fluxo e que se podia ligar facilmente.
Mas, seria possível que, nessas condições, a luz se acendesse sozinha? Impossível! No entanto, assaltou-a um novo pensamento: “Dar-se-ia o caso de algum estranho ter entrado no pátio?” Tendo ficado um tanto inquieta, dirigiu-se imediatamente ao caramanchão. O Ted seguia-a, cheio de curiosidade. De facto, a luz estava acesa, tal como a mãe a tinha visto da horta. Agora, a senhora Berner ia apagá-la.
Como toda esta história se lhe afigurava misteriosa!
Então, de repente, ela descobriu a solução.
Uma aranha, grande e gorda, tinha feito a teia em cima do interruptor. Através dos seus movimentos activos, a luz tinha-se acendido.
Quando a senhora Berner quis tocar no interruptor, atirou com o bichito ao chão. O Ted ficou todo contente por a mãe já o inculpar.
Esta também ficou satisfeita, embora se sentisse arrependida de não ter acreditar imediatamente no filho. Mas quem havia de pensar que uma aranha poderia acender uma luz?
Quando o Ted adormeceu, a mãe debruçou-se sobre a cama dele e beijou-o suavemente na testa.




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