domingo, 5 de maio de 2013

A todas as Mães



                      À Mãe mais querida do mundo desejo um Dia Feliz!





A mãe mais querida é a minha (e da minha irmã...) e dedico-lhe esta poesia:



O dedo da Mamã

Não posso pôr o pé em ramo verde,
Pois tudo quanto faço a mamã sabe,
Embora com razão ninguém se gabe
De que a seguir-me todo o tempo perde.
E não estou a mentir! Ninguém me espreita,
Por isso ainda mais me mortifico!

À mamã tudo vai meter no bico
Um dedo que ela tem na mão direita!
E então, oh! O mínimo, um simples dedo
Assim tão pequenino a meter-me medo
A mim, a mim que nunca mal lhe fiz!
O meu, porém, não sei porquê, é mudo,
Enquanto o da mamã, esse diz tudo!
Palavra! Sempre sou muito infeliz!

E o dedo da mamã só diz verdades,
De forma que ela está sempre ao corrente
De tudo que eu pensar, especialmente
Quando penso em fazer tristes maldades.

Apontando por gosto os meus defeitos
É um dedo ruim, descarado!
Se ele ontem acusou-me, o desgraçado,
O desalmado, que eu tinha tirado dois confeites,
Só dois confeites, duma rica prenda:
Uma caixinha com papel de renda,
Lembrança da vizinha Beatriz.
Pois ao deitar-me, minha mãe ralhou-me
E GULOSA, em voz áspera chamou-me.

Não há ninguém como eu tão infeliz!...

Tive que pedir a Jesus Cristo
Me perdoasse a falta cometida.
Nem sei às vezes como ainda existo!

Lembrar-me eu que um dedo me detesta!
É este? Não sei porquê
Não engraço com a mão direita!

Nada, não é esta,
Vejamos, é a outra.

É com certeza,
Com ela hoje peguei no garfo à mesa,
A mamã ao almoço assim o quis.
E é para mim motivo de doença
Não saber o que toda a gente pensa,
O que eu sei é que sou muito infeliz!...

Enfim, vou fazer uma experiência!
- Praticar uma acção boa, excelente,
Para ver se é justo o dedo impertinente
E à mamã vai contá-la com urgência.

Que há de ser? Estudar? Oh, que fadiga...
É difícil vencer essa batalha.
Lavar as mãos! Se estão sujas a mamã ralha...
Mas isso vê-se sem que o dedo diga...

Já sei! Hoje já não compro o meu bolinho,
Dou o dinheiro de esmola a um ceguinho
Que à porta do colégio Deus bendiz.
Se isto à mamã contasse o dedo adivinho,
Se lho dissesse o seu dedo mindinho,
Ninguém, no mundo havia mais feliz!...