sábado, 27 de agosto de 2011

AQUÁRIO


Vivia no mar largo
e era feliz
feliz.

Sabia os sítios seguros
onde os maiores e mais duros
não podiam atacar
não o podiam caçar
não o podiam comer.

E continuava a viver.

Quando nadar o cansava
uma alga procurava
e dormia um bocadinho
e a onda que o embalava
era amiga do peixinho.
A onda amiga ondulava
enquanto o acalentava
aquecia
arrefecia
e para longe o levava.

Tão longe
tão vasto o mundo!
- o seu mundo...
tão largo alto profundo!
Que alegria de nadar!

Mas um dia aconteceu
que um fenómeno se deu:
Foi pescado
foi levado
para fora do seu mar
para longe do seu lar
transportado
bem fechado
numa prisão de cristal.

E
se não lhe fizeram mal
se o não comeram com sal
está muito descontente
numa prisão transparente
à vista de toda a gente.

Alice Gomes



4 comentários:

  1. Como sempre escolheste um texto muito oportuno, para nos fazer reflectir sobre a importância de preservarmos a vida selvagem e não querermos interferir na vida de tão bonitos seres. Uma lição que se aplica a tantas facetas da nossa vida!
    Beijinhos para ti!!!!

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  2. Muito obrigada, Mansilha, por gostares do meu blogue.
    Fico felicíssima!

    Um abraço

    Andreia

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  3. Queres saber Andreia?

    A última vez que fomos aos EUA (Maio de 2010) assistir à graduação do doutoramento da tua prima Sandra, depois da sua festinha em casa à noite, já perto das 24h, apercebi-me que o aquário do Levi não tinha a bomba a funcionar devidamente. Fiquei preocupada e triste. Eles diziam que podia esperar até de manhã mas eu sabia que não iria conseguir adormecer a pensar nos pobres peixinhos… Então pedi insistentemente que fossemos tratar disso logo, tanto mais que o Wall Mart está aberto 24h/dia.
    Agora sei que fui inspirada em insistir para tratarmos do assunto ainda nessa noite. Quando saímos dos carros e nos dirigíamos para a entrada do Hipermercado, eu vejo no escuro do chão algo diferente. O que era? A carteira de um senhor, provavelmente de fracos recursos económicos e que desesperado e ansioso estava no local adequado à espera que alguém a encontrasse e lá fosse levá-la.
    Ficámos muito contentes por podermos ajudar aquele homem aflito que ficou tão feliz e impressionado, talvez por sermos estrangeiros, que até as mãos nos beijou. Graças a Deus que tudo orientou! E os peixinhos também ficaram contentes!

    Gostaste da história? Bjs da tia Dite.

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  4. Olá tia,

    Gostei da sua experiência, também fiquei contentíssima.
    Devemos dar graças a Deus!!!

    Boa semana na companhia de Deus!!!

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