domingo, 9 de julho de 2017


Nenhuma Flor

Todas as épocas têm histórias interessantes que encerram lições úteis.
Conta-se que nos tempos idos da monarquia, um príncipe de um grande país, nas vésperas de ser coroado imperador, precisava de casar para cumprir a lei. Resolveu então escolher a noiva, entre todas as moças da corte e do país. Anunciou uma festa especial com todas as pretendentes para, num oportuno, lhes lançar um desafio.

Uma serviçal do palácio ouviu comentários acerca dos preparativos da festa. Como mãe dedicada, conhecia o amor que a sua filha tinha pelo príncipe. Contou-lhe logo a novidade e ficou muito surpreendida com a reação dela. -  Mãe, eu vou candidatar-me! – Minha filha, disse a mãe, vão estar presentes as mais belas e ricas moças da corte.
Não transformes o teu sofrimento em loucura! – Mas a filha respondeu: - Não, mãe eu não sofro nem estou louca! Sei que poderei ser escondida. Mas, assim, terei a oportunidade de ficar, pelo menos alguns momentos, perto do príncipe. Isso já me torna feliz.

Na noite marcada, a filha da serviçal compareceu no palácio.

O príncipe não demorou a lançar o desafio: - Darei a cada uma de vós uma semente.
Aquele que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será minha esposa e a futura imperatriz. O tempo começou a passar. A filha da empregada do palácio não tinha muita habilidade para a arte da jardinagem. Porém, cuidava da semente que tinha recebido do príncipe, com carinho e ternura. Sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma medida do seu amor pelo príncipe, não precisava preocupar-se com o resultado. Passaram três longos meses e nada aconteceu. Seis meses, e a semente não se transformou em flor… Mesmo assim, a jovem compareceu no palácio no dia e hora marcados. Estava feliz com a perspetiva de passar mais alguns instantes na companhia do príncipe. Nada mais esperava. Chegou ao palácio com o vaso sem flor.

Todas as outras moças apareceram no palácio com flores lindíssimas, das mais variadas formas, cores e odores. O palácio transformou-se num imenso jardim. Chegou finalmente o momento esperado. O príncipe passou junto de todas as pretendentes, observando com muito cuidado todas as flores. Por fim, anunciou que a sua futura esposa seria a jovem que não trazia flor. Isto provocou as mais variadas reações de espanto. Por essa razão, o príncipe fez questão em explicar a sua escolha.

- Esta menina – disse o príncipe – foi a única que cultivou a flor que a torna digna de ser imperatriz: a flor da honestidade! Porque, todas as sementes que entreguei eram estéreis.

Esta história confirma que o emblema da honestidade é a sinceridade.


Extraído de:“Pensar Faz Bem” escrito por Ezequiel Quintino

2 comentários:

  1. Boa! Que grande lição! Como se costuma dizer: "Bem feito!" para as mentirosas!!!
    Certamente que nunca mais tiveram vontade de mentir... foram mesmo apanhadas em cheio! Esperemos que, pelo menos, tenham tido vergonha na cara. O que infelizmente também cada vez há menos...

    Um abração do amigo anónimo mas que te deseja lindas histórias - verdadeiras, pela vida fora. Porque já percebi pelas tuas postagens que mereces! És uma menina com um coração muito puro!
    Obrigada, Andreia, por esse presente!

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  2. Um muito obrigada e um bom fim de semana!

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