Nenhuma Flor
Todas
as épocas têm histórias interessantes que encerram lições úteis.
Conta-se que nos tempos idos
da monarquia, um príncipe de um grande país, nas vésperas de ser coroado
imperador, precisava de casar para cumprir a lei. Resolveu então escolher a
noiva, entre todas as moças da corte e do país. Anunciou uma festa especial com
todas as pretendentes para, num oportuno, lhes lançar um desafio.
Uma serviçal do palácio ouviu
comentários acerca dos preparativos da festa. Como mãe dedicada, conhecia o
amor que a sua filha tinha pelo príncipe. Contou-lhe logo a novidade e ficou
muito surpreendida com a reação dela. - Mãe,
eu vou candidatar-me! – Minha filha, disse a mãe, vão estar presentes as mais
belas e ricas moças da corte.
Não transformes o teu
sofrimento em loucura! – Mas a filha respondeu: - Não, mãe eu não sofro nem
estou louca! Sei que poderei ser escondida. Mas, assim, terei a oportunidade de
ficar, pelo menos alguns momentos, perto do príncipe. Isso já me torna feliz.
Na noite marcada, a filha da
serviçal compareceu no palácio.
O príncipe não demorou a
lançar o desafio: - Darei a cada uma de vós uma semente.
Aquele que, dentro de seis
meses, me trouxer a mais bela flor, será minha esposa e a futura imperatriz. O
tempo começou a passar. A filha da empregada do palácio não tinha muita
habilidade para a arte da jardinagem. Porém, cuidava da semente que tinha
recebido do príncipe, com carinho e ternura. Sabia que se a beleza da flor
surgisse na mesma medida do seu amor pelo príncipe, não precisava preocupar-se
com o resultado. Passaram três longos meses e nada aconteceu. Seis meses, e a
semente não se transformou em flor… Mesmo assim, a jovem compareceu no palácio
no dia e hora marcados. Estava feliz com a perspetiva de passar mais alguns
instantes na companhia do príncipe. Nada mais esperava. Chegou ao palácio com o
vaso sem flor.
Todas as outras moças
apareceram no palácio com flores lindíssimas, das mais variadas formas, cores e
odores. O palácio transformou-se num imenso jardim. Chegou finalmente o momento
esperado. O príncipe passou junto de todas as pretendentes, observando com
muito cuidado todas as flores. Por fim, anunciou que a sua futura esposa seria
a jovem que não trazia flor. Isto provocou as mais variadas reações de espanto.
Por essa razão, o príncipe fez questão em explicar a sua escolha.
- Esta menina – disse o
príncipe – foi a única que cultivou a flor que a torna digna de ser imperatriz:
a flor da honestidade! Porque, todas as sementes que entreguei eram estéreis.
Esta história confirma que o emblema da honestidade é a sinceridade.
Extraído de:“Pensar Faz Bem” escrito por Ezequiel Quintino