Era uma vez um Tareco
muito gordinho e anafado
que vivia bem casado...
Um dia a esposa lhe disse:
- Trabalhar não quero mais,
nem varrer, nem esfregar nem coser.
Agora tu é que vais
todo o serviço fazer.
E desde que o sol nascia,
pobre Tareco, varria, esfregava e cosia.
E a gatinha no cinema se metia...
Mas um dia, quando a casa voltou,
jantar não encontrou.
E disse o gato:
trabalhar também não quero.
Tu andas no lero-lero
enquanto eu faço o serviço.
Não, não estou p'ra isso:
nem varrer, nem esfregar, nem coser,
nada mais hei-de fazer.
Sou gato que me prezo,
filho de gente honrada.
Olha, Tareca, mete criada.
A coisa combinada, serva foi ajustada.
Uma gatinha airosa, com seu quê de gentil,
muito honrada e servil, chamada Menina Rosa.
E vida nova começou logo que a criada chegou.
Mas uma tarde, quando da festa voltaram,
nem ceia, nem criada encontraram.
Horas depois, a criada chegou
e assim disse, assim falou:
- Eu não posso trabalhar,
nem varrer, nem esfregar, nem coser...
São tantas, tantas coisas, que nada posso fazer.
Fui ao cinema, pois gosto bem da folia.
Quero bailar e cantar,
viver a minha alegria.
O Tareco sua mulher olhou,
a mulher olhou o marido...
Já se haviam compreendido.
E desde aquele dia, o marido varria,
a criada esfregava, e a mulher cosia.
Depois, para a festa todos iam,